O RETRATO DA DURA LIÇÃO DOS FATOS

Uma breve crônica da barbárie…

barbárie-alcaçuz-presídio

 

 

Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro

CARANDIRÚ não é ALCAÇUZ

“Tudo dominado”, vociferam os animais em meio à carnificina.

A polícia cruzou os braços e a bandidagem tomou conta do presídio.

Barbárie instalada, resolveram chamar as forças federais…tarde demais.

Alcaçuz é o Carandirú sem intervenção da polícia.

Entenderam agora o que ocorreu em 1992 ou…é preciso desenhar?

Por conta da “Síndrome do Carandirú”, nenhuma corporação que se preza, hoje, intervirá, tão cedo, em uma rebelião em presídio, até que os presos tenham se matado ou se saciado do sangue dos companheiros massacrados.

Autoridades assistem ao massacre, literalmente de braços cruzados, e não poderia ser diferente – afinal, qual o custo da imposição da ordem pública em meio à carnificina?

Quem se arriscará a cumprir a lei, ciente do risco de ver-se exposto ao “julgamento” do arbitrário juiz da esquina, dos palpiteiros hipócritas do politicamente correto, do mal juízo da militância de “direitos dos manos” e da imprensa idiota?

ALEPO EM NATAL

A bandidagem dispara a guerra civil e os governos, nas três esferas, se omitem.

O governo se esconde embaixo da mesa e o judiciário desaparece. Estão mais perdidos que cego em tiroteio.

Afogados no sangue da barbárie e reféns de uma agenda programada pelo crime organizado, governadores, ministros e magistrados, todos seguem ao sabor dos fatos.

TEMER GOVERNADO PELOS FATOS!

Depois de uberizar a Força Nacional de Segurança, o governo federal anuncia que irá “fatiar e servir” as forças armadas em pequenas porções – um delivery político para os estados incompetentes, que assim jamais assumirão a responsabilidade que lhes cabe.

Militares mobilizados para a defesa nacional, deverão acompanhar guardas de presídio em revistas aos estabelecimentos prisionais… Força Nacional de Segurança irá auxiliar operários a erguerem divisórias entre facções rivais, em presídios arruinados.

O garboso Ministro da Justiça, também chamado “Lex Luthor do Planalto”, intenta reduzir a força das “super-fações” criminais na base da “kriptonita-factóide” – junção de forças-tarefa imediatistas com factóides falaciosos e sem prumo.

A verdade é uma só: ou o presidente Michel Temer substitui os quadros que o cercam e volta a governar de fato ou… terminará governado pelos fatos.

O MUNDINHO DE BRASÍLIA

No mundinho de Brasília, segurança pública federal, agora, ficou “fora de moda”.

O café-society brasiliense, mal desceu à cova o cadáver do Ministro Teori Zavascki, já se ocupa em especular sobre sua sucessão…

Entre os próceres da República, a carnificina e a insegurança tornaram-se assunto menor. Importante mesmo é articular vaga no Supremo Tribunal Federal – e nos demais cargos que ficarão desocupados na sucessão de vagas abertas no esforço de suprir a janela aberta pela tragédia em Paraty.

Triste, mesquinho, medíocre mas, real.

E se assim é… fica aqui uma sugestão:

Vamos remover quem nada faz dentre os vários acadêmicos que hoje inflacionam a burocracia do ministério da justiça, para que, talvez, vinha a fazer algo de bom integrando o Poder Judiciário…

Será preciso desenhar?…

 

 

afpp-02082016Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional (Paris), membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, Vice-Presidente Jurídico da API – Associação Paulista de Imprensa. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.

 

 

 


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