Energias Renováveis e a 3ª Revolução Industrial

Guilherme CrippaPor Guilherme Crippa Ursaia

Estamos atravessando a última fase de uma era energética, disse Jeremy Rifkin, professor da Wharton School, uma das mais renomadas escolas de administração dos Estados Unidos.

Ora, não é preciso fazer grande esforço mental para concluir que o atual sistema energético, baseado em energias fósseis, não vai durar até o fim do século 21. A energia elétrica por si só também não será uma fonte confiável, seja pelo incremento de preço que sofrerá no decorrer dos anos, ou ainda pelo provável racionamento em virtude de intempéries decorrentes das mudanças no clima.

Em 2001, o Brasil experimentou uma seca. O fluxo de água abrandou, provocando cortes elétricos em várias partes do país, causando prejuízos e incertezas em relação aos apagões energéticos. A recente crise institucional da Bolívia reavivou os receios do Brasil quanto à confiabilidade do abastecimento de gás natural daquele país, consubstanciada pela total dependência dos usuários tupiniquins. Além disso, o crescimento dos custos da energia e dos combustíveis fósseis, a crescente degradação da terra, do clima e dos ecossistemas, serão os motores que irão condicionar todo o país, a economia e a política nas decisões que serão tomadas no decorrer do próximo meio século.

A única garantia real de estabilidade, não apenas para as empresas, mas para a sociedade em geral, será a utilização de energias renováveis, incluindo, por exemplo, a energia solar, eólica, hidráulica, geotérmica e as que são produzidas a partir da biomassa e das ondas do mar.

Os mesmos princípios de design inteligente e tecnologias que tornaram possível a Internet e as redes de comunicação global serão usados para reconfigurar as grandes redes mundiais de poder, para que as pessoas possam produzir energia renovável e partilhá-la entre si, criando uma nova forma descentralizada de utilizar energia.

Estamos prestes a entrar na era da 3ª Revolução Industrial, que consistirá, basicamente, na criação de um regime de energia renovável.

Três serão os pilares base desta revolução, que deverão ser desenvolvidos simultaneamente: energias renováveis, tecnologias de armazenamento de redes e energia inteligente.

As empresas, pequenas, médias e de grande dimensão econômica deverão produzir energia renovável a nível local através de células solares, eólicas, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, resíduos agrícolas, lixo, dentre outras alternativas, garantindo, desta forma, a perenidade de seus negócios e adequando-se à nova realidade mundial.

A reconfiguração da infraestrutura energética do Brasil não será apenas uma tendência ou um modismo, mas uma necessidade. Essa nova moldura irá criar novas oportunidades de negócios e milhões de empregos nos próximos vinte e cinco anos.

Muito em breve, os três pilares da Terceira Revolução Industrial estarão embutidos em todas as construções e todos os meios de transporte.

A transição para esta nova realidade proporcionalizará as mudanças que irão se transformar em vantagem competitiva para sua empresa ou empreendimento, e garantir a autossuficiência de seu município, condomínio ou mesmo sua casa.

A capacidade de produzir e partilhar sua própria energia através de um acesso aberto e inteligente representa a descentralização do controle e da dependência governamental, é “o poder do povo” constituindo a essência do desenvolvimento sustentável.

A pergunta fundamental a ser feita é: o que vai acontecer daqui a dez anos? Onde desejo estar? No pôr do sol das energias e indústrias da segunda revolução industrial, ou no nascer do sol das energias e indústrias da Terceira Revolução Industrial?

Estamos no fim do jogo, que leva o mundo para fora do velho modelo energético baseado em carbono e urânio, para um futuro sustentável para a raça humana, baseado em energias não poluentes.

Não há mais tempo a perder.


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