A NOVILÍNGUA DILMISTA
A salada de confusões conceituais e existenciais da Presidente Dilma Rousseff, ameaça a República
A novilíngua orwelliana
Novilíngua (ou novafala), é um termo criado por George Orwell em sua fantástica obra “1984”.
Novilíngua denominava a política neurolinguística estabelecida pelo governo totalitário do “Grande Irmão”, onde etimologias e significados de determinados termos (e o que se queria dizer com certas palavras), eram “readequados”, “removidos”, “condensados”, de forma a produzir um outro sentido – mais adequado aos propósitos do “Grande Irmão”.
Acreditavam os burocratas do estado totalitário orwelliano que, se uma pessoa não pudesse mais se referir a algo, esse algo não mais existiria. O controle da linguagem seria o próprio controle do pensamento das pessoas, removendo-se neurologicamente “crimideias” (pensamentos ilegais) por meio do “duplipensar” (o saber-se errado e se convencer que está certo). Afinal, “inconsciência é ortodoxia”…
Hoje, no entanto, a visão dantesca de George Orwell (que procurava denunciar os estados totalitários de sua época), projeta-se em várias partes do mundo. É o caso dos estados bolivarianos da América Latina, da sanguinária ditadura norte-coreana, dos estados loucos (africanos e do médio oriente) e dos movimentos mega-terroristas muçulmanos. Nesses organismos infernais, a novilíngua se desenvolve para muito além da ficção.
Os países democráticos não estão livres. Vivem o inferno amoral condensado na doutrina do politicamente correto, praticada por hordas de medíocres e pensadores “ortodoxos inconscientes”…
A novilíngua dilmista
Meu falecido tio Antenor Pinheiro, um homem rígido e policial respeitado no estado de Goiás, alertava com humor e sabedoria que devíamos nos precaver de três coisas: “prostituta sem dinheiro, pastor sem fiel e jornalista sem assunto”.
Estivesse ele vivo, hoje, e eu acrescentaria em resposta mais três coisas: radical sem pretexto, político sem causa e autoridade sem juízo.
As três coisas do tio Pinheiro, mais as que acrescentei acima, manipulam a “novilíngua” brasileira que hoje nos vitima.
Nesta política neurolinguística, porém, poucos têm inovado mais que nossa presidenta Dilma – a grande timoneira da pátria educadora.
Vale a pena destacar alguns exemplos, com efeitos determinantes na gestão e definição de rumos no Brasil.
No mundo orwelliano de Dilma:
– OMERTÀ, o voto de silêncio imposto pela máfia, é moralmente aceitável fora do crime organizado – tal como a presidenta, os “irmãos” mafiosos “não respeitam delatores”;
– COLABORAÇÃO PREMIADA, ( prevista no art. 4º da Lei Federal 12.850/2013 – pela qual o imputado colabora com a autoridade para a elucidação do crime, no combate à organização criminosa, em troca de redução de pena) é algo moralmente condenável, uma delação que não merece respeito – ainda que efetuada em obediência à norma legal sancionada pela própria presidenta;
– DENUNCIAR por meio da colaboração premiada, a estrutura e modus operandi criminosos para as autoridades, equivale a delatar companheiros de movimento de resistência em sessão de tortura. Ou seja, autoridades judiciárias tomadoras da colaboração premiada não se diferenciam de torturadores a serviço da ditadura militar;
– PROPINA, mesmo que se apure judicialmente ter sido “lavada” na forma de contribuição de campanha, se foi oficialmente e em tempo declarada à justiça eleitoral, torna-se doação legal;
– A taxonomia (disciplina que analisa e define grupos de organismos biológicos, com base em características comuns) não tem autoridade para definir o ser humano como “homo sapiens”. Assim, o gênero se sobrepõe à espécie e a presidenta cria a “mulher sapiens“.
Submeter-se ou reagir?
George Orwell definia assim o duplipensar:
“Saber e não saber, ter consciência de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da Democracia e que o Partido era o guardião da Democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso, e depois torná-lo a esquecer; e acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo. Essa era a sutileza derradeira: induzir conscientemente a inconsciência, e então, tornar-se inconsciente do ato de hipnose que se acabava de realizar. Até para compreender a palavra “duplipensar” era necessário usar o duplipensar.”
O domínio do “Grande Irmão” era a OCEANIA, cuja extensão abrangia três continentes. Em guerra constante com os demais domínios transcontinentais, o lema da OCEANIA era duplipensativo: “Guerra é Paz”.
O domínio de Dilma, tem extensão territorial bem menor que a extensão dos conflitos de natureza econômica, ideológica, ética e moral, que sua novilíngua pretende conceituar e redefinir.
No país das maravilhas indefinidas…confusões
conceituais constituem a forma correta de fazer política…
A salada dilmista de confusões conceituais e existenciais, a exemplo do duplipensar do “Grande Irmão”, mergulha o Brasil no poço escuro das indefinições racialistas, maniqueístas, biocentristas, socialistas, populistas, míticas, sectárias e recalcadas, onde chafurdam ditaduras bolivarianas, africanas e asiáticas.
Se nos submetermos à esse duplipensar, iremos mesmo achar que a mandioca é a grande conquista da humanidade… a partir do petismo.
No entanto, não haverá “Ministério da Verdade” que remedie a crise econômica, social, política e moral resultante de todo esse conjunto de indefinições acumuladas.
Assim, duas perguntas não querem calar:
Que mandioca amoral será, agora, apresentada à mídia como redefinida pela novilíngua dilmista?
Até quando nós, brasileiros, iremos tolerar isso, sem reagirmos?
Com a palavra a República Federativa do Brasil – que é maior que Dilma (sem duplipensar).
Artigo publicado em: The Eagle View e Portal Ambiente Legal
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro da Comissão de Direito Ambiental do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. É Editor- Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.